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O ROMPIMENTO DA RELAÇÃO É UMA FALHA DA TERAPIA PARA CASAIS?

Atualizado: 28 de jan. de 2021

Os casais iniciam um processo psicoterapêutico por uma variedade de problemas em seus relacionamentos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) com casais busca desenvolver habilidades individuais e do casal que visem diminuir os conflitos conjugais e propiciar um bem-estar relacional. Para isso, é comum que esse processo envolva estratégias de:


  1. Identificação de padrões de pensamentos e reestruturação cognitiva;

  2. Educação e regulação emocional;

  3. Resolução de problemas;

  4. Treino de habilidades sociais e melhora da comunicação.


Todavia, não é raro que a busca por psicoterapia aconteça em um momento em que o relacionamento já esteja fragilizado, sendo uma das últimas esperanças antes da separação.


Neste sentido, o término do relacionamento amoroso representaria uma falha da TCC com casais?


A TCC com casais demanda do casal um processo colaborativo de aprendizagem e mudança. Sendo assim, o enfrentamento das queixas conjugais envolve colaboração entre o casal na identificação e execução de estratégias para remover alguns estressores ou reduzir seus efeitos negativos. Se um estressor afeta principalmente um membro, o outro pode desempenhar um papel de apoio, mas se afetar o casal em conjunto, eles precisam se engajar na solução de problemas. Este trabalho colaborativo e transparente permite que o casal compreenda sua situação, descobrindo o que pode e o que não pode ser mudado. Neste ponto, o casal pode chegar a conclusão de que não há o suficiente no relacionamento para sustenta-lo e a separação pode representar a principal solução.


Também pode acontecer do casal (ou um dos cônjuges) buscar uma terapia de casal com a decisão prévia de separação, tendo como objetivo um processo de divórcio menos conflituoso. Sendo demanda inicial ou surgindo ao longo do tratamento, a TCC com casais pode ajudar o casal a aceitar e lidar com o rompimento. De fato, embora difícil, há casos nos quais a separação pode gerar um significativo alívio do sofrimento. As técnicas usadas em terapia nesse processo não diferem muito, mas são adaptadas ao contexto da separação. Geralmente incluem a psicoeducação sobre como lidar com as consequências da separação, bem como sentimentos em relação ao outro e o debate sobre as expectativas futuras de cada um. Crenças disfuncionais de ambos os indivíduos podem ser ativadas nesse momento, sendo importante a aplicação de estratégias que visam a reestruturação cognitiva. Técnicas de resolução de problemas e treinamento de comunicação também são frequentemente utilizadas para favorecer a redução de possíveis danos da separação.


Enfim… o divórcio ou o rompimento do casal após a terapia de casal não pode ser necessariamente vista como uma falha do processo. Quando não uma demanda inicial, a separação pode ser resultado de uma boa condução do processo terapêutico. O papel do terapeuta é auxiliar o cliente a lidar com o estresse, manejar de forma adequada as emoções e enfrentar as adversidades de forma funcional. O divórcio é uma condição de mudança que pode ativar diversos fatores estressores e afetar o sistema familiar. Auxiliar o casal a passar por esse processo de forma consciente e gerando menos sofrimento para todos envolvidos é um dos principais objetivos do terapeuta.


 

Gostaria de saber um pouco mais sobre o assunto?


Dica de material:

  • VÍDEO:

  • LIVROS:

  1. Dailio, F., & Padesky, C. (2008). Terapia Cognitiva com casais. Porto Alegre: Artmed

  2. Everett, C., & Lee, R. E. (2014). When marriages fail: Systemic family therapy interventions and issues. Routledge.

  • ARTIGO:

Peçanha, R. F., & Rangé, B. P. (2008). Terapia cognitivo-comportamental com casais: uma revisão. Revista brasileira de terapias cognitivas, 4(1), 0-0.


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