O que eu mais gostei na AP/AR foi a possibilidade de me colocar no lugar do paciente, experimentar as dificuldades e compreender mais do funcionamento do meu “eu terapeuta”. Com as práticas, percebi que as técnicas que tenho mais dificuldade de aplicar ou que meus pacientes menos aderem são aquelas que eu também tenho dificuldade.

A Autoprática fez diferença na minha vida porque agora tenho mais consciência dos meus ciclos e padrões de comportamento como terapeuta e como eles podem interferir em minha prática. Acredito que como terapeutas, principalmente nós iniciantes, muitas vezes ficamos preocupados em aplicar a melhor técnica, estudar todos os livros e é nessa angústia e ansiedade que podemos esquecer da importância do acolhimento e de uma boa escuta. Assim, acredito que ao aplicar as técnicas em mim mesma, pude me colocar mais no lugar do paciente e, assim, desenvolver uma escuta mais empática e qualificada.

Eu indico participar da autoprática porque autoconhecimento é a chave para mudança. Como terapeutas de TCC, sabemos a importância de reconhecermos nosso funcionamento, nossas crenças, pressupostos e comportamentos. No entanto, acredito que na automatização da rotina, por vezes esquecemos de olhar para dentro. O grupo também nos permite uma reflexão dos nossos aspectos culturais, ou seja, como nossas vivências, valores e privilégios influenciam nosso “eu terapeuta” e como precisamos estar atentos a isso, para que não cometamos microviolências nos atendimentos."